terça-feira, 17 de abril de 2012

Secreções e desatinos #6


Antes de dar – do verbo ‘to nem aí’ – continuidade ao nosso assunto strap-on, gostaria – do verbo demais – de deixar algo claro! Isto não é uma apologia ao órgão sexual masculino, e eu, com toda a perversão possível, não estou tentando dizer, falar, cogitar, que para ser sexualmente feliz você deve imediatamente correr – do verbo ‘go, baby, go’ – e comprar um dildo de 40 cm. Ok?
Continuando.
Vamos supor, supondo, do verbo maybe, substantivo quem sabe, que você resolva presentear a sua pior inimiga – caso mantenha um ranking de inimigas – com uma brincadeira de mau gosto: strap-on rosa choque tamanho GG. O que passa na sua cabeça?
Coisas desse tipo:
Que coisa fantástica é a mente! Vamos pensar juntos, o que é ser homem? Demorei algum tempo, para ser exata dois minutos e vinte e sete segundos, para chegar à conclusão que ser homem é bem complicado. Envolve um montão de condicionamentos – como ‘esse é meu campeão’ – símbolos, metáforas e é claro, um pênis! Então, se alguma lésbica, ao vestir um strap-on pensa que é homem, bem… cada um pensa o que quiser né?
Na verdade, bem na verdade, sabe o que eu acho? Que quando fazemos a leitura de algo, inconscientemente, motivados ou não, criamos significados bem esdrúxulos para servir de base aos nossos preconceitos, as nossas interpretações e a nossa famosa receita de bolo de fubá! Prontofalei.
Segunda coisa sem sentido que eu pensei: se alguém ao vestir um protótipo de pênis é homem, porque as FTM (female-to-male) retiram os seios, tomam hormônios e mudam o nome? Acho que um pinto, somente um pinto, um pintão, não é suficiente! Certo? Love you guy’s S2.
Até agora, usei o termo homem como identidade! Como quando você pensa: “aposto que ninguém sabe que eu falo sozinha”. Quando a pessoa se identifica perante si e o mundo todo como homem. Agora, e a fantasia? Você é mulher, queima sutiã, e ser mulher significa toda a sua vitalidade, serenidade e alegria de viver. Mas você, bem no fundo, adoraria ser por uma noite, algumas horas, minutos, segundos, o Brad Pitt – na cama com Angelina Jolie é claro.
Parabéns! entra na fila.
Mas não espalha, ok?
Resposta 1: NÃO! A não ser que você tenha nascido com ele.
Resposta 2: Minha mãe sempre me disse para não procurar sinais proféticos e nojentos em um pedaço de plástico. Sugiro que faça o mesmo.
Resposta 3: Michael Jackson parecia branco, mas não era! Concursos de comida parecem legais, mas não são! Escrever um blog parece divertido, mas não é! Strap-on parece pênis, mas, mas, mas… não é!
Existem medos reais e medos ridículos! Exemplo: ter medo de viajar de avião é um medo real, na realidade, pare para pensar! Aquele negócio que pesa toneladas, mede uns 50 m, voa? E é rapidinho né? Não que eu tenha pavor medo de avião, nada disso, este é só um exemplo. Agora, ter medo que uma ninhada de búfalos – existe isso? – caia na sua cabeça enquanto você dorme é um medo meio ridículo né? A menos que você resolva tomar banho em um oásis na Ásia, é claro.
Dito isso, posso classificar o medo da substituição do velcro pelo strap-on um medo ridículo! Primeiro porque se existe a substituição, quem vai fazê-la é você, certo? Segundo, porque uma coisa é uma coisa, e outra coisa é outra coisa – muito esclarecedor isso. E terceiro porque nada, no universo, substitui a colação de velcro! Opinião pessoal e intransferível!
Ouvi dizer que há pessoas que riem para mostrar seus belos dentes e outras que choram para mostrar que têm bom coração¹. Eu uso strap-on porque quero e acho gostoso.
A graça fica por sua conta! Mas se eu tivesse um blog e listasse a graça de usar strap-on diria que:
- Você fica com as mãos livres para fazer o que quiser – o que quiser mesmo.
- Você pode brincar com o brinquedo – use a imaginação garota!
- Você descobre posições bem interessantes.
- Você goza pela penetração (ponto G) e pelo clitóris².
- É uma maneira de fugir da rotina.
- Como é um objeto, ele pode entrar em cena ou sair de fininho no meio da transa, sem choro nem traumas.
- A frase ‘foder alguém’ adquire novos significados.
¹ Frase retirada do livro ‘Secreções, Excreções e Desatinos’, Rubem Fonseca, 2001.
² Explicarei mais sobre isso adiante. Junto com a minha receita de bolo de fubá!

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