terça-feira, 17 de abril de 2012

Mrs Dalloway #6


“Era um jogo. Eu de um lado da mesa e ela de outro me olhando de uma maneira absurda, eu mal conseguia engolir a comida e meu olho passava da mesa para os copos, dos copos as risadas, das risadas aos rostos, dos rostos a ela, num vai e vem tão frenético que é impossível ninguém ter notado. E apesar do meu esforço para rir e acompanhar a conversa de toda aquela gente desconhecida, ela continuava em vantagem, ali, parada e me olhando… me olhando não! Me invadindo!
A vantagem continuou do lado dela e eu aproveitei quando algumas pessoas foram embora para pegar a minha bolsa, me despedir brevemente de todos e sair correndo daquele lugar. Não me lembro do caminho até a saída, mas as minhas pernas lembram da fraqueza que sentiram quando ela me puxou pelo braço e me beijou no estacionamento. Ela tinha uma confiança tremenda, é como se cada pedaço dela soubesse exatamente o que fazer para me deixar assim, sem outra opção, a não ser seguir seus movimentos e encaixe.  Aquilo era tão bom, tão certo e tão quente, que foi impossível não gemer quando a sua língua passou pelo meu pescoço. Ela parou, sorriu e voltou com mais força e em apenas alguns segundos sua mão percorreu todo o meu corpo, puxou a minha calcinha e entrou em mim. Ela fazia forte e gostoso e eu não queria que aquilo acabasse nunca mais.
E não acabou. Aquela foi a minha primeira transa com uma mulher. A primeira de muitas e longas noites.” (Violet)

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