terça-feira, 17 de abril de 2012

Mrs Dalloway #8


Estava numa fossa gigantesca após meu namoro ter ido por água abaixo e meus amigos não paravam de me ligar! Todo mundo me chamando pra sair e eu querendo escutar músicas que me deixavam ainda mais pra baixo, comendo feio uma louca e etc… mas resolvi ir.
Chegando na boate aquele bando de gente colorida, muita cerveja, música eletrônica, casaizinhos se comendo em cada canto do ambiente e eu me sentindo a última mulher do universo. Fui até o bar me arrastando e me arrependendo mais em estar ali, como se fosse algum tipo de heresia estar num lugar com tanta felicidade e álcool e ainda me sentir um lixo. Chegando no bar fui recebida com um dos sorrisos mais lindos que já vi, ela sorriu e me perguntou: A princesa tristonha vai querer o quê? E eu pensei, mentira, eu não pensei. Eu fiquei olhando aquela tatuagem que começava no pescoço e descia desaparecendo no ombro, coisa que me deu vontade de pegá-la com as mãos e sair procurando nas suas costas o final daquele desenho. Isso deve ter durado alguns segundos e assim que voltei a olhá-la nos olhos ela estava com o semblante divertido, como se me advertisse ‘por onde você andou sua safada’. Pedi que ela me sugerisse uma bebida, ela sorriu e desapareceu. Voltei a me sentir uma idiota, não bastava ter levado um chute ainda tinha dado uma de idiota para a garçonete do desenho sexy! Eu deveria ter pedido uma bebida, assim ela me acharia triste, mas decidida, ao invés de triste e indecisa.
Ela me trouxe uma bebida colorida e disse que se a bebida não me ajudasse com o humor ela poderia me ajudar em uma hora, horário que saia do balcão. Eu sorri e disse que aguardaria. Assim que dei o primeiro passo para fora do bar voltei a pensar: ‘agora ela me acha triste, indecisa e péssima em cantadas, ÓTIMO’.
Aquela uma hora demorou cinco para passar! Eu ficava pegando no celular para ver as horas e tinha passado cinco, dez minutos! De vez em quando ela me olhava e sorria, e eu pensando na tatuagem.
Depois das cinco horas sinto uma mão no meu ombro e era ela e a tatuagem me puxando para a pista. Ela dançava de modo tão natural, como se só dançasse, sorrisse e preparasse bebidas para mulheres tristes. Foi no meio deste pensamento que ela me beijou. Foi um beijo mais intenso do que estava esperando, foi forte, decidido, como se ela me mostrasse o caminho para alguma coisa que eu ainda não podia ver, mas que seus lábios prometiam que veria em breve. Aquilo me animou. Comecei a explorar seu corpo devagar, suas costas com a ponta dos dedos e logo obtive a reação que esperava – mesmo sem saber.
Ela me puxou, passamos entre beijos e tropeços por um corredor de paredes vermelhas e entramos numa sala, tipo uma adega, só que ao invés de vinhos tinha um estoque gigantesco de cerveja e garrafas de vodka. Peguei ela pela cintura, a coloquei sentada em cima de umas caixas, abri seu zíper, puxei a sua calça e a sua calcinha e entrei com dois dedos dentro dela. Ela abriu a boca como se fosse me repreender ou falar alguma coisa, mas antes que pudesse continuar eu comecei a mexer dentro dela, e a palavra tomou forma de gemido, ela me puxava, tentava tirar a minha blusa, aquilo me deu um tesão que eu desci ela das caixas e a coloquei quase que de quatro, voltando a entrar dentro dela, só que dessa vez com mais força e mais rápido.
Ela gozou, eu gozei, nos beijamos como se fosse a única coisa a se fazer nas próximas 24 horas e nos separamos.
Por duas horas.
O celular tocou, era ela.
O celular toca já faz dois anos. É sempre ela.

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